sábado, 30 de maio de 2015

O Nascimento de uma linguística do texto

( Conteúdo 2)

Da frase ao texto.
As três fases da construção da linguística textual.
É importante lembrar que o conceito de “Linguística” como a ciência da linguagem.
O início da linguística estrutural vem do final do Sec. XX com base nas ideias do letrista suíço  Ferdinand Saussire.

Mas partir da década de 60, surgem os novos campos teóricos da linguística, na maioria deles em franca ruptura com algumas das ideias do estruturalismo linguístico, por exemplo:
A sociolinguística;
A neurolinguística;
A pragmática;
A análise do discurso;
E especialmente a Linguística Textual, entre outros campos.
Em função de seu crescente avanço, desenvolvimento e sucesso, a Linguística Estrutural acabou chamando a atenção de outros olhares teóricos também relacionados à linguagem para além do formalismo estruturalista.
E surge a necessidade de ampliar seus domínios e sanar as lacunas e dessa ciência, afinal uma ciência nunca está fechada, pronta e acabada!
O objetivo para a Linguística Textual era o de tentar resolver:
A dicotomia Língua x Fala (e desconsideração da Fala);
A desconsideração dos aspectos Extralinguísticos;
A autonomia do objeto de estudo (Língua);
A desconsideração do Sujeito (desconsideração da Fala, portanto, do Falante):
A unidade de análise centralizada na Frase:
A separação do Enunciado de sua Enunciação:
O pouco caso relegado ao estudo da Significação e do Sentido
Não houve precisamente uma sucessão cronológica na transposição de uma fase à outra. O que caracterizou a mudança de uma fase para a outra foi o aprofundamento gradual dos estudos, marcando cada vez mais fortemente o seu afastamento em relação à Linguística Estrutural. Cada nova fase busca superar os limites e insuficiências da fase anterior, estas três fases da Linguística Textual costumam ser conhecidas como:
1)Fase Transfrástica.
 O texto é concebido como:
É uma sequência pronominal ininterrupta – ênfase no fenômeno de correferenciação;
É uma sequência coerente de enunciados – encadeamento lógico, através da conectividade;
É uma forma de organização do material linguístico – sequenciamento lógico com início, meio e fim;
É uma unidade linguística superior à frase – unidade de análise mais complexa e completa.

2)Gramáticas Textuais.
 Considera a separação entre Texto X Não-Texto. O texto é concebido como:

É um complexo de proposições sintático-semânticas - apresenta um conjunto de conteúdos que se organizam na superfície textual em função da coerência e da coesão;

É uma estrutura pronta e acabada – equivalente a um modelo formal e ideal definido à priori;

É produto de uma competência linguística idealizada do ponto de vista de um falante ideal e de um modelo de texto ideal - ênfase no aspecto formal do texto em sua extensão e seus constituintes;

É a maior unidade linguística com sequenciamento de signos linguísticos coeso (microestrutura), coerente (macroestrutura) e consistente.
É importante constar que todo falante possui três capacidades básicas com relação ao texto, que são elas:
1º Formativa: Compreender e reproduzir textos;
2º Transformativa: Reformular, parafrasear e resumir textos;
3º Qualitativa: Reconhecer e tipificar os textos apresentados.

3)Fase da Teoria do Texto.
Desconsidera a separação Texto X Não-Texto. O texto não pode ser entendido como um produto, uma estrutura pronta e acabada e passa a ser concebido como:
É uma atividade verbal, consciente e interacional entre falante/ouvinte – leitor/leitor;
É um conjunto de operações linguísticas e cognitivas reguladoras e controladoras da produção, construção, funcionamento e recepção, seja de natureza escrita ou oral;
É um processo com atividades globais de comunicação – planejamento, verbalização e construção. Sua organização envolve a coesão ao nível dos constituintes linguísticos, a coerência ao nível semântico e cognitivo e o sistema de pressuposições e implicações ao nível pragmático da produção, no plano das ações e intenções dos falantes;
É um ato de comunicação unificado num complexo universo de ações humanas, preservando a organização linear que é o tratamento estritamente linguístico (coesão) e, considerando a organização reticulada ou tentacular, não linear (coerência – sentidos e intenções), no aspecto semântico e nas funções pragmáticas.

EXERCÍCIO MODELO:

1. Apesar de ser óbvio entender o texto como unidade de análise linguística e por mais que se faça evidente a necessidade de estudá-lo em sua estrutura e construção, desvendando o seu processamento, organização, modalidades e gêneros, isso nem sempre foi um consenso e tais ideias nem sempre foram aceitas pela Linguística. A Linguística Textual nasce de um intenso e extenso esforço teórico que defende que toda a Linguística é necessariamente Linguística de Texto. Tal visão confronta-se fortemente ao campo teórico

a) da Gramática Gerativo-Transformacional, de Chomsky;
b) da Análise Semiótica do Discurso, de Greimas;
c) Pragmatismo Americano, de W. James;
d) da Linguística Estrutural, de Saussure;
e) da Sociolinguística Variacionista, de Labov.

Resposta: D



Alex Moreira Melo

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