sexta-feira, 27 de maio de 2016

O ensino da Literatura e as novas tecnologias


A partir da expansão das tecnologias eletrônicas de comunicação e informação, a sociedade atual adquiriu novas maneiras de viver, de trabalhar, de se organizar, de representar a realidade e de se fazer educação. Isso significa dizer que as mudanças que vêm ocorrendo nos modos de produção de bens materiais no mundo globalizado refletem em todos os setores da cultura e da subjetividade. Numa era que se distingue pela utilização generalizada das tecnologias, impõe-se estudar a relevância da utilização dos recursos tecnológicos no ensino de Literatura, a fim de contribuir para a revitalização da disciplina, acenando com a possibilidade de mudança na formação do educador e do educando. Nesse sentido, é imprescindível promover a Literatura para que se torne além de agradável e produtiva, uma possibilidade de reflexão sobre o ser humano e a sociedade. 


Tecnologia no sistema de ensino

Cada dia que passa a informatização invade mais e mais todos os espaços e atividades, sejam privados ou públicos, e não estar preparado para ler e escrever no ciberespaço é tornar-se um analfabeto digital e, por conseguinte, um cidadão limitado no exercício de seus direitos. Com a possibilidade de qualquer usuário conectado à internet criar gratuitamente contas de e-mail e páginas com seu perfil (onde podem ser disponibilizados diferentes mídias), blogs, “canais de TV” (no YouTube) e comunidades em sites de servidores ou de relacionamento, tal como o Orkut, além de poder postar sua opinião sobre qualquer assunto em fóruns, blogs e sites ou até mesmo seu texto literário em sites que funcionam como revistas eletrônicas, criou-se uma “cultura de participação” (JENKIS apud VARGAS, 2005) e do “faça você mesmo”, cujo fruto mais significativo talvez seja a Wikipédia. Se não considerarmos o aspecto das vendas – e do consequente retorno financeiro ao autor – no que diz respeito ao sistema de produção e circulação da literatura em uma sociedade capitalista, é possível considerarmos que a internet tornou possível a qualquer pessoa editar e divulgar seus textos sem ter que passar pela intermediação das editoras, distribuidoras e livrarias, assim tornando-se um autor no mercado dos bens simbólicos do campo literário. O que, é claro, não quer dizer que esse autor vá ser (re)conhecido, pois, no mínimo, é necessário alguma estratégia de divulgação/promoção que leve as pessoas ao seu site ou blog “a fim de que o texto publicado não fique num túmulo internético”, conforme observa, com razão, José Luís Jobim (2005, p. 129). Mas isso não é argumento contra o fato de a internet abrir espaço para qualquer um publicar-se, pois o mesmo pode ocorrer com a produção independente ou até mesmo com aquela feita por alguma editora (re)conhecida que “carimbe o passaporte” para o campo literário – carimbo que nem sempre é uma garantia de qualidade. As vantagens, em suma, que o meio da web apresenta com relação às publicações impressas (sejam feitas por editoras ou gráficas, de modo independente) podem ser resumidas nos seguintes pontos:

1. Acesso amplo à publicação – A web disponibiliza novos espaços de publicação – sejam blogs, disponíveis gratuitamente para o internauta (mesmo os pouco experientes), ou sites. Nesse formato é que, em geral, se encontram as revistas literárias. Para publicar, o usuário pode apresentar seu texto para ser avaliado pelos editores ou, após cadastrar-se e receber uma senha para administrar o espaço que lhe é disponibilizado, inserir por conta própria seu texto – que estará on-line em questão de segundos, conforme a velocidade de conexão.

2. Edição de revistas com baixíssimo custo para os editores – A criação de sites que funcionem como revistas eletrônicas tem custos extremamente baixos, limitados à manutenção de servidor e domínio, além da aquisição de softwares que sejam necessários ao trabalho de edição.

3. Alcance mundial de público – A publicação de impressos (livros, revistas, etc.) necessita de distribuição, que no caso brasileiro sempre é muito limitada. Basta lembrar que o número de livrarias e bibliotecas no país é extremamente irrisório – para não se dizer ridículo. Em contrapartida, publicar no ciberespaço é ter a garantia de ser lido em qualquer lugar do planeta que tenha um computador conectado à web.

4. Interatividade autor-leitor no processo de criação – A publicação no ciberespaço possibilita uma interação com os leitores através do espaço de comentários, fóruns ou chats, o que não acontece quando o escritor publica apenas pelo meio impresso. No caso da publicação de um romance em blogs ou sites, assim como se fazia nos folhetins dos jornais nos séculos XVIII e XIX, o autor tem a vantagem de acompanhar diretamente os comentários dos leitores e de interagir/dialogar com eles durante o processo de escritura. Um caso exemplar e surpreendente, além dos sites de fanfictions, é o experimento de elaboração da comédia policial “Os anjos de Badaró”, de Mario Prata, escrita com a colaboração dos leitores de seu site http://marioprataonline.com.br durante seis meses.

5. Recursos multimídia – Uma revista eletrônica (assim como um e-book) pode dispor de recursos tais como imagens em movimento, vídeos e arquivos de som, além dos hiperlinks, o que no caso de uma publicação impressa não acontece – salvo outras mídias lhe acompanhem como encarte, mas isso não garante uma interação orgânica de imagens e sons com o texto, ou seja, a incorporação dessas outras linguagens na estrutura do texto.

6. Criação de redes de afinidades entre escritores e/ou leitores – A publicação em sites ou blogs possibilita através de links com outras publicações ou autores afins o estabelecimento de redes, o que favorece a divulgação do trabalho e o estabelecimento de comunidades de produtores e leitores. Exemplos são o Portal Literal (cuja curadoria é de Heloísa Buarque de Hollanda) e o blog As escolhas afetivas, criado pelo argentino Aníbal Crístobo, e que propõe uma curadoria autogestionada de poesia “de forma que um autor publique seus poemas e também mencione outros autores, que, por sua vez, farão o mesmo” (GUADALUPE, 2008, p. 698).

É claro que há algumas desvantagens, mas são bastante reduzidas e relativas. A mais evidente é o fato das publicações on-line serem bastante fugazes, ou seja, a garantia de perenidade dos textos digitais é muito menor do que aqueles impressos. Basta que o site ou o servidor desapareça para que se perca a(s) informação(ões) nele depositada(s). Mas essa desvantagem, quando confrontada com as inúmeras vantagens, não é tão relevante, até porque há formas de “driblar” esse perigo (publicando em diferentes espaços ou arquivando os textos para publicá-los novamente em outro, caso se perca o sítio original). Além do mais, a pequena tiragem de livros (pensemos nas edições esgotadas, o que não acontece jamais com um texto on-line) e o difícil acesso a eles parece ser um obstáculo bem maior.
Além do mais, o uso dessas novas tecnologias aplicadas ao ensino só pode trazer benefícios se bem fundamentado e planejado. O ciberespaço com sua organização em rede, que permite os enlaces intra e extratextuais que caracterizam o hipertexto, potencializa o desejo de um ensino interativo e dialógico capaz de romper com a passividade do aluno, tornando-o um construtor do conhecimento juntamente com o professor, que deixa de ser um simples transmissor. É nessa perspectiva que se encontra a proposta de Maria João Gomes (2005) quanto à utilização de blogs no ensino. Segundo ela, eles podem ser usados como recurso ou estratégia pedagógica. Enquanto recurso, são possíveis os seguintes usos pedagógicos dos blogs:

a) um espaço de acesso à informação especializada, seja pelo professor ou pelo aluno;

b) um espaço para o professor disponibilizar informações, ou seja, funciona como um livro on-line em que ele vai postando os textos a serem estudados na classe ou fora dela.

Por outro lado, enquanto estratégia pedagógica, os blogs podem ser utilizados como:

c) um portfólio digital, ou seja, espécie de diário de classe do aluno (ou de um grupo de alunos) onde se registra o “acompanhamento e a reflexão sobre as atividades e temáticas abordadas ao longo das aulas” (GOMES, 2005, p. 314);

d) um espaço de intercâmbio e colaboração em que alunos e professores de diferentes escolas, muitas vezes em regiões isoladas, possam interagir em torno de um projeto ou problema comum;

e) um espaço de debate e simulação de debate (excelente para aulas de produção de textos ou debate de ideias);

f) um espaço de integração, possibilitando ao aluno afastado da escola ou da sala de aula acompanhar os conteúdos estudados e interagir com o professor e a classe.

A diferença entre usar os blogs como recurso ou estratégia é uma função da relação que se estabelece entre o professor e os alunos no processo de ensino e aprendizagem. No primeiro caso, o seu uso privilegia o pólo do professor no papel ativo de produzir e postar os conteúdos, cabendo aos alunos lê-los e, no máximo, comentá-los; no segundo, privilegia o pólo dos alunos, a quem cabe a tarefa de produzir os textos e postá-los para comentários e orientações do professor. Nesse caso, o professor incentiva os alunos para que sejam os responsáveis por todo o processo de construção do conhecimento, que abrange a pesquisa, a seleção, a reorganização e a síntese das informações a serem postadas. Entre os dois pólos, há muitas combinações possíveis, entre as quais acrescentaria o de criar-se um blog para uso comum do professor e dos alunos, todos se responsabilizando pelo trabalho de pesquisa, seleção, organização e produção de postagens em torno de temas estabelecidos em comum acordo. Desenvolver o ensino de redação e a produção textual no ciberespaço torna-se muito mais dinâmico e produtivo graças a sua estrutura.
Além dos blogs, dois outros importantes recursos a serem explorados – especialmente para a realização de oficinas on-line – são os chats e fóruns. O primeiro, especialmente, tem a vantagem de permitir a interação simultânea entre os participantes e o coordenador da oficina, que podem se encontrar em uma sala de bate-papo para discutir e refletir na velocidade dos cliques sobre os textos previamente produzidos. Sem a mesma velocidade de interação, os fóruns podem exercer a mesma função com a vantagem do maior tempo para reflexão resultante entre uma e outra postagem. Um ótimo exemplo de como o uso do fórum pode ser profícuo são os sites de fanfics, em que os aficcionados produzem seus textos narrativos sendo orientados e criticados por colegas colaboradores que tem essa função na organização destas comunidades.




sábado, 21 de maio de 2016

 O ENSINO DA LITERATURA E AS NOVAS TECNOLOGIAS:                                 TROVADORISMO 



 


 INTRODUÇÃO 

        A introdução das novas tecnologias na área educacional é uma forma de atualizar os meios utilizados na aprendizagem, como são os casos dos livros digitais, tutorias multimídias e, os cursos EAD disponíveis pela internet entre várias outras ferramentas de ensino. 

OBJETIVOS:

       Tomar o ensino-aprendizagem da literatura através das redes sociais, prazerosa, dinâmica e ao mesmo tempo enriquecedora e de fácil compreensão para os alunos.  

JUSTIFICATIVA:

      Trovadorismo foi o tópico escolhido para desenvolvermos nossa proposta de ensino, pois consideramos um período muito rico e importante da Literatura Portuguesa.
      Corresponde à primeira fase da história de Portugal (Primeira Época Medieval) e está intimamente ligado à formação do país como reino independente.  Esse período foi marcado pelo feudalismo, a visão teocêntrica de mundo e a servilidade do homem perante a Igreja.  O marco inicial do Trovadorismo é a "Cantiga da Ribeirinha" (conhecida também como "Cantiga da Garvaia) escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189.

                           Cantiga da Ribeirinha  


                       


                                   No mundo non me sei pareiha,
                   Mentre me for como me vai,
                   Ca já moiro por vós – e ai!
                   Mia senhor branca e vermelha,
                   Queredes que vos retraia
                   Quando vos eu vi em saia!
                   Mau dia me levantei,
                   Que vos enton non vi fea!
                   E, mia senhor, dês aquel di’, ai!
                   Me foi a mim mui mal,
                   E vós, filha de don Paai
                   Moniz, e bem vos semelha
                   D’haver eu por vós guarvaia,
                   Pois, eu, mia senhor, d’alfaia
                   Nunca de vós houve nen hei
                   Valia d’ua Correa.

                   No mundo não conheço quem se compare
                   A mim enquanto eu viver como vivo,
                   Pois eu moro por vós – ai!
                   Pálida senhora de face rosada,
                   Quereis que eu vos retrate
                   Quando eu vos vi sem manto!
                   Infeliz o dia em que acordei,
                   Que então eu vos vi linda!
                   E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
                   As coisas ficaram mal para mim,
                   E vós, filha de Dom Paio
                   Moniz, tendes a impressão de
                   Que eu possuo roupa luxuosa para vós,
                   Pois, eu, minha senhora, de presente
                   Nunca tive de vós nem terei
                   O mimo de uma correia.
                                        
                                      (Paio Soares de Taveirós)

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32033/cantiga-de-ribeirinha-literatura-portuguesa#ixzz49JrPFVw4

METODOLOGIA:

        De acordo com a proposta do grupo, a didática se dará de forma discursiva para apresentar os conceitos do tema, como também, para promover debates em sala de aula juntamente com as pesquisas através do Youtube. 
      A abordagem discursivo-expositivo propõe um caráter informativo, ou seja, deixar o aluno ciente do assunto.  Por exemplo, o que é Trovadorismo, o que eles conhecem sobre o assunto, e aonde eles acham que poderiam estudar o assunto juntando o útil ao agradável.  Isso será aplicado à primeira aula junto com a orientação para acessarem alguns vídeos sugeridos para serem comentados em sala.  Os livros de literatura referentes ao Trovadorismo também serão explorados para fundamentar todos os conceitos possíveis.
      Além dos debates em classe os blogs e os sites com conteúdo literário ajudará para identificar o rendimento, pois o aluno postará nas redes sociais o que ele compreendeu ou deixará suas possíveis dúvidas para serem respondidas pelo professor referente ao conteúdo assistido.  Outra que o tempo em sala de aula é escasso.  Se houver suporte técnico (internet com Wi-Fi), na instituição de ensino a aula poderá ser feita de forma interativa acessando a páginas de blogs ou sites.
        Há também a possibilidade de usar esse método entre os professores como forma de trocar experiência e aprimorar a ferramenta.
       Enfim, nesse primeiro momento essa é uma ideia inicial do que pode ser feito de acordo com a evolução a ser observada em sala de aula, assim como, do que for sugerido nos comentários do professor e dos demais grupos da sala. 

                               BIBLIOGRAFIA

 MOISÉS, Massaud. A literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2006





                        VÍDEOS USADOS

Literatura Portuguesa - Trovadorismo (Introdução): https://www.youtube.com/watch?v=Tal3li0Rd1w 

Literatura Portuguesa - Trovadorismo (Cantigas): https://www.youtube.com/watch?v=AnuhzGgD2Zo

Cantigas de Amigo - "Ai flores do verde pino!": https://www.youtube.com/watch?v=55tM6Vag2sA

Cantigas de Amor - "Oque vos nunca cuidei a dizer": https://www.youtube.com/watch?v=CkzqAH8y0uY
    
Cantiga de Escárnio - "Non quer'eu donzela FEA": https://www.youtube.com/watch?v=6pulTcDmlh4 

Cantiga de Maldizer - "Nostro Senhor": https://www.youtube.com/watch?v=gma7AHwKJjy 




Turma: 2°/3° Semestre - 1° Semestre/2016
Alunos: Andréia Lopes Prianti
              Andressa Lopes Prianti 
              Claudia Nicolau Correa
              Liane Moura Costa
              Eliezer Feliphe Rocha 
              Richard da Silva Alves