sexta-feira, 3 de junho de 2016

Romantismo em Portugal

Olá leitores,

Hoje vamos falar sobre um movimento literário muito importante:

ROMANTISMO.

"NOSSA PERA AI, VAMOS FALAR SÓ SOBRE ROMANCE AGORA?"

Não não galera, vamos falar sobre um movimento literário que ocorreu em Portugal nos anos

1836


Então vamos lá:

Introdução do Romantismo em Portugal
O advento do Romantismo em Portugal, vem apenas confirmar a diluição do Arcadismo.
Portugal, é reflexo dos dois acontecimentos que marcaram e mudaram a face da Europa na segunda metade do século XVIII: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, responsáveis pela abolição da monarquias aristocratas e pela introdução da burguesia que então, dominara a vida política, econômica e social da época. A luta pelo trono em Portugal, se dá com veemência, gerando conturbação e desordem interna na nação.
Com isso, Almeida Garrett acaba por exilar-se na Inglaterra, onde entra em contato com a Obra de Lord Byron e Scott. Ao mesmo tempo, por estar presenciando o Romantismo inglês, envolve-se com o teatro de William Shakespeare.
Em 1825, Garrett publica a narrativa Camões, inspirando-se na epopéia Os Lusíadas. A narrativa deste autor, é uma biografia sentimental de Luís de Camões.
Este poema é considerado introdutor do Romantismo em Portugal, por apresentar características que viriam se firmar no espírito romântico: versos decassílabos brancos, vocabulário, subjetivismo, nostalgia, melancolia, e a grande combinação dos gêneros literários.


                                                    

O Fado – Pintura de José Malhoa, Artista do Romantismo em Portugal

Características
O Romantismo foi encarado como uma nova maneira de se expressar, enfrentar os problemas da vida e do pensamento.
Esta escola, repudiava os clássicos, opondo-se às regras e modelos, procurando a total liberdade de criação, além de defender a “impureza” dos gêneros literários. Com o domínio burguês, ocorre a profissionalização do escritor, que recebe uma remuneração para produzir a obra, enquanto o público paga para consumi-la.
O escritor romântico projetava-se para dentro de si, tendo como fonte o eu-lírico, do qual fluía um diverso conteúdo sentimentalista e, muitas vezes, melancólico da vida, do amor e, às vezes, exageradamente, da própria morte. A introversão era característica essencialmente romântica.
A natureza, assim como a mulher são importantes pontos desse momento. O homem, idealizava a mulher como uma deusa, coisa divina e, com isso, retornava ao passado, no trovadorismo, onde as “madames” eram tão sonhadas e desejadas, mesmo que fossem inatingíveis.
Ao procurar a mulher de seus sonhos e, então, frustrar-se por não encontrá-la ou, muitas vezes, por encontrá-la e perdê-la, o romântico entrava em constante devaneio. Para amenizar a situação, ao escrever despojava todos os seus anseios, procurando fugir da realidade, usando do escapismo, onde, não raramente, tinha a natureza como confidente. Outra forma de escapismo utilizada, era o escapismo pela obscuridade, onde buscavam o bem-estar nos ambientes fúnebres e obscuros.
Essas frustrações tidas por amores ou simples desilusões com a vida, provocaram muitos suicídios. Daí a grande freqüência dos temas de morte nos poemas românticos, o que caracteriza o mal-do-século.

                            
O primeiro momento do Romantismo
Como toda tendência nova, o Romantismo não veio implantar-se totalmente nos primeiros momentos em Portugal. Inicialmente, buscava-se gradativamente, apagar os modelos clássicos que ainda permeavam o meio sócio-econômico. Os escritores dessa época, eram românticos em espírito, ideal e ação política e literária, mas ainda clássicos em muitos aspectos.

Almeida Garrett
Almeida Garrett, cultivou a oratória parlamentar, o pensamento pedagógico e doutrinário, o jornalismo, a poesia, a prosa de ficção e o teatro, o qual entrou em contato com o de Shakespeare quando em exílio na Inglaterra. Teve uma vida sentimental bastante atribulada em que se sobressai o seu romance adúltero com a viscondessa da Luz, a qual inspirou seus melhores poemas.
Na poesia, assimilou os moldes clássicos e morreu sem tornar-se romântico autêntico, pois carecia do egocentrismo tão almejado pelos românticos, deixando sua fantasia no teatro e na prosa de ficção. Escreveu Camões (1825), Dona Branca (1826), Folhas Caídas (1853), Viagens na minha terra(1846), dentre outras.

Alexandre Herculano
Herculano, exilou-se na Inglaterra e na França, criando polêmica com o clero, por participar da lutas liberais. Junto com Garrett, foi um intelectual que atuou bastante nos programas de reformas da vida portuguesa.
Na ficção de Alexandre Herculano, prevalece o caráter histórico dos enredos, voltados para aIdade Média, enfocando as origens de Portugal como nação. Além disso, ocorrem muitos temas de caráter religioso. Quanto à sua obra não-ficcional, os críticos consideram que renovou a historiografia, uma vez que se baseia não mais em ações individuais, mas no conflito de classes sociais para explicar a dinâmica da história.
Sua obras principais são: A harpa do crente (1838), Eurico, o presbítero (1844), dentre outras.

Castilho
Castilho, tem como principal papel traduzir poetas clássicos. Sua passagem pelo Romantismo é discreta, mesmo que tenha sido o provocador da Questão Coimbrã.
A história de Castilho é a dum grande mal-entendido: graças à cegueira, que lhe dava um falso brilho de gênio à Milton, mais do que à sua poesia, alcançou injustamente ser venerado como mestre pelos românticos menores. Não obstante válida historicamente, sua poesia caiu em compreensível esquecimento.

O segundo momento do Romantismo
Neste momento, desfazem-se os enlaces arcádicos que ainda envolviam os escritores da época. Aqui, notamos com plena facilidade o domínio da estética e da ideologia romântica. Os escritores tomam atitudes extremas, transformando-se em românticos descabelados, caindo fatalmente no exagero, tendenciando temas soturnos e fúnebres, tudo expresso numa linguagem fácil e comunicativa.
Soares de Passos
Soares de Passos constitui a encarnação perfeita do “mal-do-século”. Vivendo na própria carne os devaneios de que se nutria a fértil imaginação de tuberculoso, sua vida e sua obra espelham claramente o prazer romântico do escapismo das responsabilidades sociais da época, acabando por cair em extremo pessimismo, um incrível desalento derrotista
Obra: Poesias (1855)

Camilo Castelo Branco
Casou-se com uma jovem de 15 anos, a quem abandonou com uma filha; em seguida raptou outra moça, sua prima, e com ela passou a viver. Acusado de bigamia, foi preso. Sua primeira esposa morreu e, logo em seguida, a filha. Abandonou a prima e viveu amores passageiros com outra jovem e com uma freira. Uma crise religiosa levou-o a ingressar num seminário, do qual desistiu.
Conheceu Ana Plácido, senhora casada que seria o grande amor de sua vida. Ocorre sua primeira tentativa de suicidar-se, diante da impossibilidade de viver com ela. Mas, finalmente passaram a viver juntos o que lhes custou um processo por adultério. Ambos foram presos. Na prisão, Camilo escreveu Amor de Perdição. Absolvidos e morto o marido de Ana, se casaram. Alguns anos depois da morte de Ana, Camilo, vencido pela cegueira, acaba por suicidar-se.
Suas obras principais: Amor de salvação (1864), A queda dum anjo (1866), dentre outras.

O terceiro Momento do Romantismo
Acontece aqui, um tardio florescimento literário que corresponde ao terceiro momento do Romantismo, em fusão dos remanescentes do Ultra-Romantismo. Esse período é marcado pela presença de poetas, como João de Deus, Tomás Ribeiro, Bulhão Pato, Xavier de Novais, Pinheiro Chagas e Júlio Dinis, que purificam até o extremo as características românticas.
Tomás Ribeiro mistura a influência de Castilho e de Victor Hugo, o que explica o caráter entre passadista e progressista da sua poesia.
Bulhão Pato começa ultra-romântico e evolui, através duma sátira às vezes cortante, para atitudes realistas e parnasianas.
Faustino Xavier de Novais dirigiu uma folha literária. Satirizou o Ultra-Romantismo.
Manuel Pinheiro Chagas cultivou a poesia de Castilho, que motivou a Questão Coimbrã; a historiografia e a crítica literária.

João de Deus
João de Deus foi apenas poesia. Lírico de incomum vibração interior, pôs-se à margem da falsa notoriedade e dos ruídos da vida literária e manteve-se fiel até o fim a um desígnio estético e humano que lhe transcendia a vontade e a vaidade. Contemplativo por excelência, sua poesia é a dum “exilado” na terra a mirar coisas vagas e por vezes a se deixar estimular concretamente.

Júlio Dinis
Os poemas de Júlio Dinis armam-se sobre uma tese moral e teleológica, na medida em que pressupõem uma melhoria, embora remota, para a espécie humana, frontalmente contrária à desesperação e ao amoralismo cético dos ultra-românticos, numa linguagem coerente, lírica e de imediata comunicabilidade. Conduz suas histórias, sempre a um epílogo feliz, não considerando a heroína como “mulher demônio”, mas sim como “mulher anjo”.
Sua principal obra: As pupilas do senhor reitor

Conclusão
Compreendemos que o Romantismo, não passou de uma forma de repudiar as regras que contornavam e preenchiam o campo literário da época que, juntamente com a ideologia vigente, traziam um enorme descontentamento. Este momento em que a literatura presenciava, talvez fosse, o marco principal para a definitiva liberdade de expressão do pensamento, que viria se firma, tardiamente com o Modernismo.



Para ajudar nos estudos, temos esses sites que podem ajudar e muito:




Se você é fã das vídeo aulas, temos alguns canais onde a explicação é bem fácil e onde eles também dão bastantes dicas de obras e livros didáticos que podem ajudar a desenvolver












Principal livros para estudo:

A Literatura Portuguesa Através dos Textos - Massaud Moisés.




Obrigado a todos. Bons estudos!

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Ensinando Almeida Garrett por meios tecnológicos


Na postagem acima foi mencionado um dos meios de se ensinar usando blogs. Milhões de pessoas ao redor do mundo utilizam um microblog conhecido como Twitter.
A ideia desse projeto é fazer com que os estudantes de literatura se envolvam com esse mundo sem torná-lo maçante e pesado. Por isso, pensamos: por que não utilizar algo que os jovens adoram como meio de aprendizado?
Utilizaremos o Twitter para transcrever trechos de Almeida Garrett, incluindo sua vida e obra, utilizando apenas 140 caracteres e de forma descontraída, para que os jovens se sintam à vontade em estudar Literatura.

O método pode ser utilizado para qualquer disciplina, e atrairia muito os jovens que vivem conectados a esse mundo digital.