A visão da gramática tradicional
Do grego syntaxis (ordem, disposição) o termo sintaxe tradicionalmente remete à parte da gramática dedicada à descrição do modo como as palavras são combinadas para compor senteças, sendo essas descrição organizada sob a forma de regras.
Algumas dessas regras são bem conhecidas. Por exemplo, para um grupo de sentenças como as de (1) a (3):
(1) Diadorim entregou o facão para Riobaldo.
(2) O miguilim eu vi ontem.
(3) Na festa vieram o Manuelzão e o Augusto Matraga.
A gramática tradicional dirá que (1) exemplifica a ordem direta, natural e predominante dos elementos da frase em português e nas outras línguas românticas – sujeito – verbo – complementos. Quanto a (2) e (3), constituem, nessa pespectiva, casos de ordem inversa, recurso de estilo que visa especialmente enfatizar um ou outro constituinte.
É preciso ressaltar ainda que nossas grmáticas se mostram, por vezes, distantes da realidade linguística, porque seu objetivo não é, em geral, descrever a língua em toda a sua complexidade. Elas pretendem apresentar as regras que caracterizam uma das modalidades da língua – a norma culta, ou seja, aquela variedade utilizada em contextos de maior formalidade, que é principalmente escrita e que, na visão tradicional, corresponde à manifestação mais “correta” da língua.
A história da disciplica
É preciso, antes de mais nada, dizer que o desejo de estabelecer a Sintaxe como disciplina linguística independente data apenas no final do século XIX.
A Sintaxe se distingue claramente tanto da Fonologia quanto da Morfologia pela unidade linguística que constitui o seu foco de análise – a senteça. Se o objeto de estudo é, em princípio, o mesmo, nem sempre encontramos consenso entre seus estudiosos sobre a natureza dos processos que ali se desenrolam e a maneira mais adequada de explicá-los.
Apesar das inúmeras diferenças de abordagem, é possível cindir as propostas de análise segundo duas grandes tendências, que constituem as duas vias principais elasquais se têm desenvolvido os estudos linguísticos de um modo geral nesse século. São elas os Formalismo e o Funcionalismo.
No momento em que Saussure propõe a clássica distinção entre langue e parole, ou seja, em que define a existência de um sistema de converções, regras e princípios independente do uso linguístico, instaura a possibilidade de se estudar a linguagem ou de um ponto de vista estritamente formal ou do ponto de vista de suas funções.
A visão funcionalista
A abordagem funcionalista vê a linguagem como um sistema não-autônomo,
que nasce da necessidade de comunicação entre os membros de uma comunidade, que
está sujeito às limitações impostas pela capacidade humana de adquirir e
processar o conhecimento e que está continuamente se modificando para cumprir
novas necessidades comunicativas.
Por isso, a análise de um fato linguístico deve levar em conta tanto o falante quanto o ouvinte e, para além do ato verbal, as necessidades da comunidade linguísticas.
Pensar a Sintaxe segundo uma perspectiva funcionalista implica, então, alargar a análise para além dos limites da sentença.
As soluções funcionalistas para a variação estão não apenas no interior do sistema linguístico, como também fora dele, no ambiente social em que a língua funciona como veículo de comunicação.
A análise da ordem sob a perspectiva funcionalista
No que diz respeito à ordem dos constituintes na sentença, a postura funcionalista assume a existência de alternativas de ordenação, sem, no entanto, atribuir-lhes nenhum tipo de hierarquia. Concebe-se que os elementos constitutivos da sentença podem ser ordenados segundo diversos padrões, gramaticamente equivalentes. Não há uma ordem primeira, básica, da qual todas as demais derivam, mas sim a coexistência de várias construções.
A existência e a manutenção dessa variação se explicam pelo fato de que vários padrões de ordenação cumpreem funções comunicativas diferentes. Esse papel discursivo não é entendido como valor estilístico, mas sim como característica essencial de cada padrão. Portanto, também constitui objeto de estudo da Gramática.
Por isso, a análise de um fato linguístico deve levar em conta tanto o falante quanto o ouvinte e, para além do ato verbal, as necessidades da comunidade linguísticas.
Pensar a Sintaxe segundo uma perspectiva funcionalista implica, então, alargar a análise para além dos limites da sentença.
As soluções funcionalistas para a variação estão não apenas no interior do sistema linguístico, como também fora dele, no ambiente social em que a língua funciona como veículo de comunicação.
A análise da ordem sob a perspectiva funcionalista
No que diz respeito à ordem dos constituintes na sentença, a postura funcionalista assume a existência de alternativas de ordenação, sem, no entanto, atribuir-lhes nenhum tipo de hierarquia. Concebe-se que os elementos constitutivos da sentença podem ser ordenados segundo diversos padrões, gramaticamente equivalentes. Não há uma ordem primeira, básica, da qual todas as demais derivam, mas sim a coexistência de várias construções.
A existência e a manutenção dessa variação se explicam pelo fato de que vários padrões de ordenação cumpreem funções comunicativas diferentes. Esse papel discursivo não é entendido como valor estilístico, mas sim como característica essencial de cada padrão. Portanto, também constitui objeto de estudo da Gramática.