A fonética e a
Fonologia são as áreas da Linguística que estudam os sons da fala. Por terem o
mesmo objetivo de estudo, são ciências relacionadas. No entanto, esse mesmo objetivo
é tomado de pontos de vista diferentes, em cada caso.
A principal preocupação da Fonética é descrever os sons da
fala. Por exemplo, são afirmações típicas desta ciência dizer que o som é
articulado com uma corrente de ar pulmonar, agressiva, com vibração das cordas
vocais, com uma obstrução do fluxo de ar seguida de uma explosão; ou descrever
a vogal como aquela que tem os dois primeiros formantes mais afastados um do
outro; ou dizer que, embora do ponto de vista acústico e articulatório os três as
da palavra batata possam ser considerados como realizações um pouco distintas,
os falantes de português reconhecem
esses sons como pertencendo à mesma
categoria (vogal a).
As afirmações
anteriores ilustram o fato de a Fonética poder ser feita de três pontos de
vista: a)de maneira como eles são produzidos (ou seja, mostrando que movimentos
do aparelho fonador estão envolvidos na produção dos sons da fala) – Fonética
Articulatória; b) da maneira como eles transmitidos (isto é, a partir das
propriedades físicas – acústicas – dos sons que se propagam através do ar) – Fonética
Acústica; c) da maneira coo eles são percebidos pelo ouvinte –Fonética
Auditiva.
Por sua vez, a Fonologia procura interpretar os resultados
obtidos por meio da descrição (fonética) dos sons da fala, em função dos
sistemas de sons das línguas e dos modelos teóricos disponíveis. Faz parte do
trabalho fonológico explicar o porquê de os falantes de alguns dialetos do
português do Brasil consideram como sendo o “mesmo som” as consoantes iniciais
das palavras tapa e tia, muito embora elas sejam bastante diferentes,
articulatória, acústica e perceptualmente.
Dessa forma, enquanto a Fonética é basicamente descritiva, a
Fonologia é uma ciência explicativa, interpretativa; enquanto a análise
fonética se baseia na produção, percepção e transmissão dos sons da fala, a
análise fonológica busca o valor dos sons em uma língua – em outras palavras,
sua função linguística.
Para falar, uma
pessoa usa mais da metade do corpo: do abdômen até a cabeça. Os linguistas não
sabem ao certo onde fica o centro processador da linguagem, mas,
tradicionalmente, atribui-se ao cérebro ou à alma. A verdade é que, antes de
abrir a boca para falar, uma pessoa necessita planejar o que vai dizer e enviar
comandos neuromusculares para que sua fala se realize. Como a linguagem é um composto
de ideias e de sons, é preciso organizar as ideias e os sons que irão carrear
essas ideias.
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