O linguista suíço
Ferdinand de Saussure foi o primeiro a estabelecer que a linguagem humana
compreendia dois aspectos fundamentais: a língua e a fala. Para ele, a língua é
um produto social, presente na totalidade dos membros de uma comunidade
linguística. A fala, por sua vez, é um fato individual, representa uma
realização concreta da língua num momento e lugar determinados. Nesse sentido,
segundo o autor, o estudo da linguagem comporta duas partes: “uma, essencial,
tem por objetivo a língua, que é social em sua essência e independente do
indivíduo; esse estudo é unicamente psíquico; outra, secundária, tem por
objetivo a parte individual da linguagem, vale dizer, a fala, inclusive a
fonação e é psicofísica.
A língua e a fala não ocorrem separadas, ambas são
interdependentes, a língua é ao mesmo tempo o instrumento e o produto da fala.
Dessa forma, língua e fala constituem a linguagem humana: a língua representa o
código comum de comunicação entre todos os membros de uma comunidade, e a fala
é a materialização da língua em situação de uso de cada indivíduo dessa
comunidade (Saussure, 1916).
Na visão saussuriana
a língua é um sistema de signos formados pela união do significado e do
significante. Quando falamos emitimos uma série de sons, porém esses sons não
são realizados de uma mesma maneira por todos os membros de uma comunidade
linguística. Do mesmo modo, os sons nunca são produzidos no aparelho fonatório
num mesmo ponto articulatório, eles podem estar condicionados por determinados
contextos fônicos que os circundam.
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