Linguagem e sociedade estão
ligadas entre si de modo inquestionável. Mais do que isso, podemos afirmar que
essa relação é a base da constituição do ser humano. A história da humanidade é
a história de seres organizados em sociedade e detentores de um sistema de
comunicação oral, ou seja, de uma língua. Efetivamente a relação entre
linguagem e sociedade não é posta em dúvida por ninguém, e não deveria estar
ausente, portanto das reflexões sobre o fenômeno linguístico. Por que se fala,
então, em Sociolinguística? Ou melhor, por que existe uma área, dentro da
linguística, para tratar, especificamente, das relações entre linguagem e
sociedade – a Sociolinguística? A linguagem não seria, essencialmente, um
fenômeno da natureza social? As respostas a questões como essas não são tão
obvias. Para responde-las, é preciso considerar razoes de natureza histórica,
mais precisamente, o contexto social mais amplo em que se situam aqueles que se
dedicam a pensar o fenômeno linguístico. Assim, inicialmente, é necessário
levar em conta que os estudiosos do fenômeno linguístico, como homens de seu
tempo, assumiram posturas teóricas em consonância com o fazer cientifico da
tradição cultural em que estavam inseridos. Nesse sentido, as teorias de
linguagem, do passado ou atuais, sempre refletem concepções particulares de
fenômeno linguístico e compreensões distintas do papel deste na vida social.
Mais concretamente, em cada época, as teorias linguísticas definem, a seu modo,
a natureza e as características relevantes do fenômeno linguístico. E,
evidentemente, a maneira de escreve-lo e analisa-lo.
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