Nasceu em Quebrângulo
(Alagoas), a 27 de outubro de 1892. Passou a infância em Buíque (Pernambuco) e
Viçosa e Palmeira dos Índios (Alagoas).
Após os primeiros estudos em
Maceió, segue para o Rio de Janeiro, onde vive como reviso de provas
tipográficas (1924). De regresso a Plameira dos índios, entrega-se ao comércio
de miudezas, e mais tarde é eleito prefeito (1927). Como redigisse os
relatórios burocráticos numa prosa impecável, chama a atenção de Augusto
Frederico Schimdt, nessa altura tentando a aventura editorial. Desse fato
resultaria a publicação, em 1933, de Caetés,
que vinha escrevendo dede 1925. Transfere-se para Maceió em 1930, onde
viria a ser editor da Imprensa Oficial do Estado. Acusado de práticas
subversivas, conhece em 1936 os dissabores da cadeia, que lhe inspiraram as Memórias do Cárcere (1953). Os
últimos anos, vive-os no Rio de Janeiro, de onde sai para uma visita à
Tchecoslováquia e URSS, e onde falece a 20 de março de 1953. Publicou, além das
obras mencionadas, o seguinte: romances, S.
Bernardo (1934), Angústia (1936),
Vidas
Secas (1938); contos, Histórias
Incompletas (1946), Insônia (1947),
Alexandre e Outros Heróis (1962); crônicas, Linhas
Tortas (1962), Viventes das Alagoas
(1962); viagens, Viagem (1954).
VIDAS
SECAS
A Obra Vidas Secas de Graciliano Ramos foi publicada em
(1938) e pertence a 2°Geração do Modernismo.
A 2°Geração do Modernismo também chamada de geração
regionalista, é uma geração que volta o olhar para o que a sociedade
normalmente não olha, lugares, pessoas que passam despercebidas perante aos
olhos dessa sociedade. No caso da Obra Vidas Secas esse olhar estará voltado
para o sertão nordestino.
Nessa geração a Literatura é engajada, porque vai
denunciar os problemas sociais e políticos do Brasil, revelando a atuação
opressora do Estado brasileiro que nunca garantiu o bem estar social aos
cidadãos.
MODERNISMO
2ª FASE (1930 - 1945)
Contexto histórico
Toda a década de 30 e os
primeiros anos de 40 caracterizam-se por profundas modificações no cenário
nacional. Alguns fatos importantes da época convêm lembrar: - Getúlio Vargas
lidera manifestações contrárias ao governo de Washington Luís que acaba por ser
deposto. - Promulgação da Nova Constituinte e eleição de Getúlio Vargas para
Presidente. O governo é conturbado por greves, aprovação da lei de Segurança
Nacional, prisões de intelectuais e militantes políticos (como Graciliano Ramos
e Luís Carlos Prestes do Partido Comunista). Houve diversas tentativas de
deposição de Getúlio Vargas até que, em 1945, as Forças Armadas o fazem, pondo
fim ao Estado Novo. - O início da Segunda Guerra Mundial em 1939, com a
participação do Brasil em 1942.
Apresentação da Obra
"Vidas Secas", romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A Obra pertence como já dito à segunda Fase do Modernismo, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época.
O estilo seco de Graciliano nessa obra, se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e sues efeitos sobre as pessoas que ali estão.
Espaço
A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva, somada a uma política de descaso do governo com os investimentos sociais - transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil.Inverno, na região e no romance, é o nome dado à época de chuvas, em que a esperança sertaneja floresce mudando o cenário até que a seca retorne.
Ambiente rural(sensação de adequação): Fabiano consegue, apesar da miséria, dominar o ambiente rural com suas técnicas profissionais, o que lhe faz sentir certa capacidade e, ainda, uma aceitação para o uso tão escasso das palavras. A passagem em que seu filho o admira ao vê-lo trabalhando deixa claro isso.
Ambiente Urbano (sensação de inadequação): Na cidade, porém, Fabiano vivencia, a cada experiência, o sentimento de frustração, incapacidade. Os capítulos "Festa" e "Cadeia" ilustram essa sensação.
Personagens
As personagens são focalizadas uma por vez, o que mostra o afastamento existente entre elas. Vidas Secas é, portanto, a dramática descrição de pessoas que não conseguem comunicar-se. Nem os opressores comunicam-se com os oprimidos, em cada grupo comunica-se entre si. A nota predominante do livro é o desencontro dos seres.
" - Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheia, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julga-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-se, murmurando:
- Você é bicho, Fabiano." (página 18)
- Sinhá Vitória: Tem uma superioridade visível em relação ao marido por ser mais letrada que ele, tanto que é ela quem descobre erros nas contas do patrão; ela toma as decisões mais importantes para a família, como por exemplo, quando é chegada a hora de partir, uma vez que a seca já se anuncia pela das aves; possui um desejo recorrente de uma "cama real", igual a do seu Tomás da bolandeira, metáfora que demonstra o desejo secreto de se instalar num lugar que não obrigue a família a fugir da seca.
"Por que não haveriam de ser gente, possuir uma cama igual à de seu Tomás da bolandeira? Fabiano franziu a testa: lá vinham despropósitos. Sinhá Vitória insistiu dominou-o. Por que haveriam de ser sempre desgraçados, fugindo no mato como bichos? Com certeza existiam no mundo coisas extraordinárias."
- O Menino mais Novo tem como maior, e talvez único, desejo a vontade de ser igaul ao pai. Quando fosse grande "saltaria no lombo de um cavalo brabo e voaria na cantiga".
- O Menino mais Velho que quer compreender o significado da palavra "inferno".Para ele era duro acreditar que essa palavra pudesse designar coisa ruim.Talvez,isso se deva ao fato de que ele,na sua inocência,não percebesse que o inferno era o próprio sertão. É bastante significativo o fato de os dois meninos não possuírem um nome próprio,sendo assim animalizados,mas,essa não nomeação também sugere que os dois ainda não tem condições para suportarem,por si mesmos,a aspereza do sertão.
- Baleia ocupa um lugar de destaque,pois é dotada de sentimentos próprios,ela sente e age em vários momentos como se fosse "humana".A aspereza do ambiente,provoca um nivelamento entre homens e animais que enquanto Baleia,humaniza-se,as pessoas,por sua vez,animalizam-se.
O texto é narrado em 3° pessoa.É o próprio narrador que revela o interior dos personagens através de monólogos interiores e,assim,ganha destaque ao converter em palavras os anseios e pensamentos das personagens e isso por meio de frases curtas,incisivas,enxutas quase sempre no período simples.
Narração em 3° pessoa é uma necessidade do texto,para que se fosse mantida a verossimilhança da obra.Por causa da articulação verbal dos personagens,reflexo das adversidades naturais e sociais que o afligem,nenhum parece capacitado a assumir o posto de narrador.
Os diálogos,em discurso indireto livre,são raros e as palavras ou frases que vem diretamente da boca das personagens são apenas xingatórios,exclamações,ou mesmo grunhidos.A terra é seca,mas sobretudo o homem é seco Dai o titulo Vidas Secas.
Richard da Silva Alves
Liane Moura Costa
BIBLIOGRAFIA
http://ceeja-portugues.blogspot.com.br/2016/10/vidas-secas-graciliano-ramos.html
Alunos: Andréia Lopes Prianti
Andressa Lopes Prianti
Claudia Nicolau Correa
Marilene Harrisberger PereiraClaudia Nicolau Correa
Richard da Silva Alves
Liane Moura Costa
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