Realismo — Características.
A proposta do Realismo é aproximar-se da realidade,
escritores literários criam obras voltadas para temas sociais, deixando de lado
o subjetivismo romântico, e tratando os temas com maior objetividade. O desejo
dos realistas era apresentar os fatos como eles realmente eram. Novos textos
foram criados tendo como base temas antes proibidos, como: Corrupção do Estado e do clero, adultério,
etc. Existe a descrição do mundo tanto dos pobres, como dos ricos, mostrando
então, o que existe de pior. Há um favorecimento da essência e menosprezo das
aparências, e uma desmistificação das hipocrisias encontradas na sociedade. No
ramo da expressão também ocorreram-se mudanças, a linguagem sublime dos
românticos, deu lugar a linguagem objetividade dos realistas, como também
ocorreu-se em sua temática. Há uma ausência de herói, de “representação” é o de
representar pessoas. Existe uma grande preocupação em realizar um mais amplo
aprofundamento do personagem e com isso um desenvolver mais amplo da
“psicologia” da personagem.
Machado de Assis — Vida e Obra.
Joaquim Maria Machado de Assis foi um dos
mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro, no morro do Livramento em vinte e um de junho de 1839, vindo
de uma família muito pobre, seu pai, homem de cor escura, pintor de paredes,
entretanto era homem de alguma instrução e sua mãe portuguesa da Ilha de
São Miguel. Machado de Assis perdeu sua mãe ainda na
infância (aos 10 anos) e após a morte de seu pai em 1851 Maria Inês, sua madrasta, encarregou-se de
criação.
Por ser mulato Machado de Assis foi vítima de
preconceito, superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande
escritor. Estudou em escola pública durante o primário e aprendeu francês e
latim. Sendo sempre um
autodidata, começou como aprendiz-tipógrafo
na Imprensa Nacional, depois revisor na Livraria de Paula Brito e no Correio Mercantil, e a seguir redator no Diário do Rio de Janeiro. Aos trinta
anos casou-se com Carolina Augusta de Novais, moça portuguesa educada e de
família de intelectuais. Carolina faleceu em 1904 e não lhe deu filhos. Ao ingressar no campo do funcionalismo
público, trabalhou como aprendiz
de tipógrafo, foi revisor e funcionário público, Assis, ocupou
sucessivamente todos os postos, desde amanuense até diretor-geral de
Contabilidade, em 1902, no Ministério da Viação.
Obra.
Podemos dividir as obras de Machado de Assis
em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras
possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos
os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes
obras: Ressurreição (1872),
seu primeiro livro, A
Mão e a Luva (1874), Helena (1876)
e Iaiá Garcia (1878).
Na Segunda Fase (fase realista), Machado de
Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em
que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado
de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas
vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destacam-se as
seguintes obras: Memórias
Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900)
e Memorial de Aires (1908).
Machado de Assis também escreveu contos, tais
como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista.
Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas
literárias e teatrais.
Machado de Assis morreu de câncer, em sua
cidade natal, no ano de 1908.
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Lançado
em 1881, Memórias Póstumas de Brás Cubas foi a Obra que deu inicio a escola
literária Realista, sendo uma das mais importantes obras Machadianas,
pertencendo assim a sua fase realista, quando o mesmo atinge o ápice de sua
carreira como autor. Narrado em primeira pessoa por Brás Cubas protagonista do
romance.
Aspectos e análise da obra.
Humor e Ironia.
Encontramos
na obra machadiana uma ponta inesperada de riso amar, que tem por finalidade mostrar
as qualidades pouco recomendáveis do ser humano. Introduzido na ironia, é
possível perceber certo desprezo vindo da parte da personagem central, em
relação aos atos de outros indivíduos que ele “descreve para descrever suas memórias para o leitor”. A ironia
machadiana é sempre um ato de desvendar, é uma observação, então ao ler
Memórias Póstumas de Brás Cubas, o leitor observará os traços do caráter é
comportamento humano.
O
pessimismo.
Nesta
narrativa a visão do romancista é de desencanto diante da sordidez das pequenas
vaidades, do cinismo, da hipocrisia, da ambição desmedida e das competições
contínuas. Além disso, o pessimismo de Brás Cubas entende-se pelos interesses
escondidos sob o manto existente nas convenções sociais. Machado de Assis tinha
como influência, o filosofo alemão Arthur Schopenhaue. Sua filosofia tinha como
ideal a busca pela racionalidade para a solução dos problemas, segundo
Schopenhaue, a força fundamental responsável por tudo o que acontece no
universo, desde a formação dos planetas até a reprodução das espécies é aquilo
que se define como “vontade” (wille: em
alemão). Ao ceder á suas vontades,
ou seja o homem corresponder aos seus instintos selvagens, é obedecer á
natureza, e contudo, deixar de ser racional. Para que isso não acontece, é
preciso buscar á razão para não se deixar controlar pela natureza. Tendo isso
em mente, o “pessimismo” provém da ideia de que o homem não te a capacidade de
buscar a razão, tornando-se escravo de suas próprias vontades. Vemos este ponto
como algo comum entre os protagonistas dos romances machadiano.
Digressão.
Uma
das características mais comuns encontrada na obra são os consistentes
intervalos repentinos dos fatos narrados, sejam em longos parênteses reflexivos
ou em memórias que são associadas aos mesmos. Trata-se de discursos
secundários, que se apoiam em um comentário solto, ou em lembranças de Cubas.
Em seus relatos encontramos as mais íntimas avaliações sobre as pessoas, ou
sobre acontecimentos. É possível encontra-los encontrará ao as descrições dos
relatos da personagem, na qual tiveram alguma relação ou foram paralelos a
assuntos que coloquei que o mesmo colocou em pauta. Esse ato digressivo sempre
está apoiado em comentários que o narrador faz aos leitos, ele é feito de forma
inovadora, inesperada, bisbilhoteira e bem-humorada e não é raro encontramos em
seu meio uma citação.
Rompimento com a narrativa linear.
Os
fatos descritos pelo narrador fogem de uma ordem cronológica óbvia, ou seja,
vêm com a força da lembrança, da consciência.
Para isso é dado o nome de Impressionismo
associativo. Contudo, torna-se difícil ordenar os fatos narrados, pois o
narrador os compõe como um quebra-cabeça.
Bibliografia:
RAMOS, ROGÉRIO. Ser protagonista. Língua Portuguesa. Edições
SM, 2013.
MOISÉS, MASSAUD. A literatura brasileira através dos textos. Editora
Cultrix, 200.
Eliezer
Feliphe Rocha
Alunos:
Bruna Carolina Santana do
Prado
Juliana Tavares Rocha
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